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Reportagem de Paulo César Gomes, com fotos de Alejandro Garcia

Diante da crise financeira que assola o Brasil, o mercado informal tornou-se uma oportunidade para a sobrevivência de muitas famílias brasileiras. Entre as tantas atividades informais existentes, a série de reportagens PROFISSÕES ESQUECIDAS, destaca hoje a de pasteleiro. As fotos são do “man drone” (versão brasileira do homem drone), Alejandro Garcia, repórter fotográfico do FAROL.

Não existe uma data exata da chegada do pastel ao Brasil, segundo algumas fontes de pesquisa, o alimento de massa e com diferentes opções de recheio, chegou por volta de 1940, trazida por imigrantes japoneses. Quase nada se sabe sobre a chegada do pastel ao Sertão Pernambuco.


Um dos mais antigos pasteleiros de Serra Talhada é Antônio de Melo Souza, de 43 anos, há 28 anos exerce a profissão. Toin do Pastel como é mais conhecido, chama a atenção pela forma atenciosa que atende os clientes. “Gosto do que faço e tenho orgulho da minha profissão. Gosto de tratar bem os clientes, pois faço os meus pasteis especialmente para a alegria deles”, declara o pasteleiro.

ROTINA QUE COMEÇA NA MADRUGADA

Toin é casado e é pai de 4 filhos, e reside no bairro da Caxixola desde a infância. Sua rotina de trabalho começa cedo, já que tem que preparar a massa para ir ao forno antes do sol nascer. “Acordo todo dias às 3h da manhã, preparo a massa de trigo com aproximadamente 4 a 5 pacotes. Ás 4h coloco os pasteis para assar no forno. Ás 8 horas eu saio com minha carroça pra o centro com cerca de 70 a 80 pasteis”, explica o bravo pasteleiro.

Após andar mais de 2 Km com sua carroça, percurso no qual já começa a vender, Toin se posiciona em ponto bastante movimento da cidade que é o “beco do Banco do Brasil”. Logo que chega uma fila de gente se forma em torno de sua carroça, todos atrás de consumirem o popular e saboroso pastel. “Meu pastel é simples, custa R$ 2,00 apenas, com direito a copo de suco”, o ambulante completa dizendo que “apesar de ser simples as pessoas comem com vontade”.

Segundo Toin a sua renda mensal é aproximadamente de um salário mínimo e meio. Foi através da venda de pastel que ele conseguiu construir a sua casa própria. Apesar de viver na profissão há bastante tempo, Toin não esconde que se pudesse teria escolhido outra profissão. “Meu sonho era ter feito um concurso federal, ter um emprego, ser concursado”. Mesmo com a frustração ele concluiu com bastante otimismo, “trabalhar para gente mesmo é digno, dando pra sobreviver está ótimo!”.

Um forte abraço e até a próxima PROFISSÕES ESQUECIDAS!
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