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quinta-feira, 28 de junho de 2012

A eleição do século e seus fatos inusitados, por Paulo César

Paulo César é professor e historiador


A eleição que se aproxima já foi denominada de a eleição do século, pois colocará frente a frente o novo e o velho. De um lado o poderio e o legado político secular do deputado Inocêncio Oliveira, e do outro, a ousadia e rebeldia do prefeito Carlos Evandro. Mas além desse embate histórico, estamos acompanhando o desenrolar de alguns fatos que entraram para os anais da história política da cidade. Entre tantos elementos surgidos destacaremos alguns que podem ser considerados como inusitados, ou simplesmente, inacreditáveis:

TRAIDORES E TRAÍDOS: 
Quem diria que o prefeito Carlos Evandro iria abandonar o grupo do deputado Carlos Evandro. Ou, quem em sã consciência poderia imaginar que Geni Pereira após a saída do grupo do deputado Augustos César iria lhe reencontrar no grupo dos antigos desafetos, os deputados Inocêncio Oliveira e Sebastião Oliveira. E por que não dizer, o polêmico Jair Ferraz.


A GUERRA DOS ADESIVOS E A INOPERANCIA DA JUSIÇA ELEITORAL E DO MP-PE:
A disputa eleitoral começou antes de forma antecipada. Há vários meses surgiram inúmeros adesivos que de forma explicita fazem referência a determinados candidatos. O pior é que a Justiça Eleitoral e o Ministério Público não estão nem aí para o problema.


A DERROCADA DA TERCEIRA VIA:
Mais uma vez vimos à derrocada de grupos que se diziam ser a terceira, ou quem sabe, a primeira via. O primeiro grupo a derrocar foi o PT, pois era oposição e, de repente, tornou-se governo, e de contrapartida levou o MCC, que surgia como alternativa para os opositores do prefeito Carlos Evandro. E finalizando com o recuo da candidatura de Marquinhos Dantas e passivelmente com a retirada do nome de Dr. Fonseca.



OS MOSQUETEIROS:
Nos livros do francês Alexandre Dumas, os Três Mosqueteiros, são fiéis servidores do rei Luiz XIII. No processo eleitoral local não se sabe a qual rei os mosqueteiros servirão. Caso não venham a servir a nenhum rei, bastará apenas levanta a bandeira “de um por todos e todos por um”. Mesmo diante de algumas indagações, uma coisa é certa, o rei a quem o grupo serve atualmente está próximo de ser destronado ou estará logo submisso a um rei mais poderoso.


OS BLOGS CHAPA BRANCA E O ANALISTA POLÍTICO:
É impressionante a quantidade de blogs e de programas de rádios a serviços de determinadas candidaturas, tudo sendo observando pelos “olhos vendados” da Justiça Eleitoral e do Ministério Público. Fora isso, ainda surgiu um analista político, que ao que me parece é o único do interior do estado, pois nem sequer os jornalistas Magno Martins e Inaldo Sampaio, por exemplo, se auto denominam analistas políticos, sendo assim, esse rótulo vai acabar entrando para as história folclóricas da cidade.


CANDIDATURA DE CHICO PREÁ:
Se ainda tivéssemos o voto em cédula iriamos ver a enxurrada de votos destinados ao nosso filósofo de Água Branca,Chico Preá. Pois ele representa a essência do povo sertanejo, com suas frustrações, desejos, e acima de tudo, a sua coerência com que trata os seus conterrâneos e a sua busca por melhorias para a vida dos excluídos.


O FAROL DE NOTÍCIAS:
Nenhum outro órgão de imprensa forneceu tantas informações e abriu espaço para os eleitores como o FAROL DE NOTÍCIAS. Através desse veículo várias figuras puderam se expressar. De senadores da republica ao anônimo eleitor.


O BODE:
O bode pertence à espécie da Capra Aegagrus ou Capra hircus. Esse animal já entrou para a história dessa eleição, tudo fruto das supostas denuncias de irregularidades em programas do Governo Federal administrados pelo poder executivo municipal. Sendo que o quadrúpede é constantemente degustado por toda a elite eleitoral em diversos restaurantes da cidade. Por incrível que pareça nenhuma das ilustres figuras reclamou da procedência do prato principal.


RETROSPECTIVA
Vale salientar que nas últimas eleições inúmeros fatos e elementos marcaram o processo eleitoral. Em 1992 foram “os cabeças vermelhos” e a frase “de novo”, do personagem Baby da família dinossauro. Em 1996 foram “os seis meisinhos” e “o pão recheado com vinte reias”; em 2000 foi o “dê ré no avião” e “o arruma a mala aí”; em 2004 o “me dê o meu o arroz” e “a invasão de uma emissora de rádio para impedir a exibição de um guia eleitoral”, e em 2008 “a distribuição do suquinho” e “a compra de votos no dia da eleição”.
Diante de tantos fatos e fatores , é possível dizer que o resultado dessa eleição seja imprevisível, pois, a cada dia, novos elementos são acrescentados ou ignorados, mas de uma coisa ninguém pode negar: ela vai mexer com corações, emoções e os cofres de muitos eleitores apaixonados.

Publicado no site Farol de Notícias de Serra Talhada no dia 27 de junho de 2012.


segunda-feira, 25 de junho de 2012

Na política, quem fala demais dá bom dia a cavalo

*Paulo César é professor especialista em História Geral

As recentes notícias que envolvem as possíveis candidaturas para a disputa eleitoral em nossa cidade só vêm a comprovar uma velha máxima que diz que a política não uma linha reta onde se pode ver o início, o meio e o fim, pois, o processo foi marcado por incontáveis fatos inusitados e por declarações “mitológicas”. De uma hora pra outra os cenários se modificaram, novos grupos foram criados e velhos grupos se fundiram, tudo na maior naturalidade, sem preconceito ou restrição. Diante disso tudo existe uma pergunta que insiste em perturbar, o que será feito com as palavras ditas no passado?
Provavelmente alguém dirá que serão jogadas no lixo ou quem sabe tentarão deletá-las das nossas memórias. Como se fosse possível esquecer o que foi dito pelos Deputados Inocêncio Oliveira e Augusto César, pelo prefeito Carlos Evandro e o ex-prefeito Geni Pereira. Todos eles com maior ou menor intensidade, falaram demais, de aliados e de adversários, até de partidos políticos, ninguém escapou dos ataques ou dos elogios desses falastrões.
Sem falar do deputado Sebastião Oliveira que nos últimos meses criticou com metáforas, para não dizer com ironias, o prefeito, o vice-prefeito, a primeira dama, secretários do governo municipal, vereadores, projetos desenvolvidos pela atual gestão do município, a imprensa, partidos políticos, senador da república, nada escapou da língua ferina do deputado republicano.
Em virtude de tantas contradições ou de total sintonia política, fica aqui o alerta a todos os líderes políticos: as eleições passam e bem logo ali, em um futuro não muito distante, eles poderão se reencontrar ou voltar a se separar, isso porque o que importa não é o interesse coletivo, e sim o pessoal. Se não fosse isso, garanto que o cenário eleitoral seria outro. Porém, é importante deixar um lembrete, o de que antes de falarem um caminhão de besteiras, pensem no constrangimento que terão no futuro ao terem de abraçar e elogiar um antigo desafeto, e o pior será ouvir a gozação popular que não tardará em dizer que “QUEM FALA DEMAIS DÁ BOM DIA A CAVALO!”.

Publicado no site Farol de Notícias de Serra Talhada em 25 de junho de 2012.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

O lado negativo do lulismo, por Paulo César

*Paulo César é professor especialista em História Geral

O ex-presidente Luiz Ignácio Lula da Silva construiu ao longo dos anos uma história de vida, e consequentemente política, inigualável, fruto do seu poder de superação diante de inúmeras adversidades com as quais se deparou. Como Presidente da República conseguiu acabar com alguns problemas gravíssimos como, por exemplo, o pagamento da famigerada divida externa, uma doença maligna que marginalizou e excluiu à maioria do povo brasileiro. Além disso podemos ver a melhoria da qualidade de vida, a expansão das Universidades Federais e das Escolas Técnicas por diversos pontos do país e a conquista de espaços importantes no cenário internacional.

Os pontos positivos do governo Lula são inquestionáveis, uma prova disso é a sua altíssima popularidade, um cenário que proporcionou ao líder petista um “status” político nunca antes visto na história do Brasil. Porém, é importante ressaltar que essa onda “lulista” fez resurgir algumas práticas políticas que há décadas haviam sido banidas da nossa história.

Lula para chegar ao poder, após três campanhas sem sucesso, o PT foi obrigado a fazer uma coligação ampla e sem limites, que incluíram entre outros, uma aliança branca com o PFL de ACM e de Roseana Sarney. Com a sua chegada ao planalto, o presidente em nome de uma dita “governabilidade”, apadrinhou verdadeiros “coronéis”, espécies comparadas as do período da “República do Café com Leite” e do “voto de cabresto”, como Jose Sarney, Renan Calheiros, Jader Barbalho, Fernando Collor, Inocêncio Oliveira entre outros.

Com essa prática política, Lula, impôs ao PT e aos partidos aliados a formação de coligações sem nenhuma base política ideológica ou com base em projeto de governo com metas sociais, em todos os casos prevalece a troca de apoio político ou a troca de cargos em gestões no poder executivo e em comissões do poder legislativo. Diante de tantos resultados eleitorais satisfatórios, o “lulismo” passou a ser copiado por vários políticos em diversos estados brasileiros. Um desses estados é o de Pernambuco, onde o coronel Eduardo Campo desenvolve o “lulismo” com “um certo requinte de crueldade”.

Na cartilha do “lulismo” não há espaço para o debate político, nela o que prevalece é o candidato e a coligação do “bolso do paletó”, empurrados de goela abaixo. Esses candidatos surgem de todos os lados, de norte a sul do Brasil, inclusive no interior de Pernambuco, onde maioria dos candidatos “bolso de paletó” são apadrinhados por Lula, Eduardo Campo e Inocêncio Oliveira.

Lamentavelmente esse modelo político tende a se perpetua no país, e o pior, atingindo através de troca de favores ou de pressão, outras áreas importantes como a imprensa e o judiciário. Porém, cabe ao eleitor mais atento o dever de verificar como foi o processo de escolha do seu candidato, caso contrário, a maioria, que em geral é desenformada, acabará escolhendo um político sem personalidade e sem projeto político, que ao longo do mandato irá se tornar uma marionete não mãos dos CORONEIS!

Publicado no site Farol de Notícias de Serra Talhada no dia 17 de junho de 2012.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Crônica de autoria da minha ex-aluna (nota 10) Valesca Kehrle

* Por Valesca Kehrle Rodrigues
Que encomenda é essa?

Vejam bem, caros leitores, que encomenda é essa? Assim mesmo se intitulava a notícia deste fato que aqui relato a vocês. Não teve repercussão, mas foi para mim inusitado, um tanto quanto estranho e, sem mais prolongações, diria um pouco bizarro, para aqui deixar bem claro o tamanho do meu espanto.
Minha missão se restringia a procurar uma notícia, com uma única implicação, que ainda fosse recente, o assunto: os mais diversos, nenhuma especificação. Foi assim que acabei nessa quarta-feira à noite navegando por um desses famosos sites de notícias e entretenimentos, mas não teria parado na foto de uma cobra sendo retirada de uma caixa, se não fosse pelo título, que logo me despertou a curiosidade. Que encomenda é essa? O fato foi o seguinte: Funcionários dos correios de Uberaba, Minas Gerais, encontraram no fim do expediente, desta terça-feira uma cobra jararaca adulta numa encomenda que iria para Bertioga no litoral de São Paulo. A Polícia Militar foi acionada e esteve no endereço que havia na caixa, o dono da casa, por sua vez, negou conhecimento do caso e até mesmo do remetente. Fizeram busca na residência, com autorização do proprietário, mas nada foi localizado. A ocorrência foi registrada como tráfico de animais, mas o caso foi passado para que a Polícia Civil investigasse a motivação do crime.
Porém como já era de se esperar, alguém que leu essa notícia por mera curiosidade, assim como eu, não se contentaria com a explicação de tráfico ou ate mesmo comercialização, então cuidei logo de imaginar diversos motivos para o caso. Se o fato foi premeditado, repensado, planejado, encomendado ou se a cobra foi encontrada pelo simples fato do acaso, no quintal de uma casa, que, pôr ventura, pertencia a uma mente criativa, juntou um caso com o acaso e enviou a cobra como vingança por um susto do passado, para um amigo da juventude, vai saber... Essa explicação até me contentaria se tratando de outra cobra qualquer, mas como sina de toda sogra é ser sempre jararaca, quem sabe a intenção do sujeito não seria mesmo dar um susto naquela ex-sogra responsável por seu divórcio? Para não prolongar ainda mais minha imaginação, tomei o caso sem resposta, afinal de contas quem vai saber o que se passa na mente do indivíduo que envia uma cobra pelos correios?
* Aluna do 1o. ano do ensino médio do Colégio Cognitivo - Recife


sábado, 9 de junho de 2012

“Da lembrança de um lírio que brilhou” ...


                                         Ricardo Rocha, Jorge Stanley, Gisleno Sá e Cesar Rasec
  *Por Paulo César  & Helena Conserva

Há 27 anos surgiu em Serra Talhada um grupo que revolucionou o cenário musical do interior de Pernambuco e do Nordeste: a banda de rock D. Gritos, formada por jovens serra-talhadenses: Camilo Melo, Ricardo Rocha e Jorge Stanley, os maiores nomes da banda. Esses garotos quebraram tabus,  preconceitos culturais e sociais com as letras irreverentes e autênticas das suas composições. O sonho chamado D. Gritos teve início da década de 80, nos últimos anos da ditadura militar – eles conquistaram a juventude daquela época e ainda hoje as composições continuam sendo tocadas nas emissoras de rádios locais e ouvidas por seus novos fãs.
Foram três discos gravados, “Barriga de Rei”, “ Traumas” e “Navegantes”, mas por falta de apoio financeiro apenas o primeiro foi lançado. A Banda D.Gritos venceu o Festival de Música Popular em Salgueiro, realizou shows em várias cidades dos estados do Nordeste. O sucesso obtido com músicas como “Escravos de Ninguém (Porra)”, “Loucos (Mayra)” e “Barriga de Rei” proporcionou ao grupo apresentações em emissoras de TV em Recife-PE e em Campina Grande-PB, além de matéria em jornais de grande circulação como o Diário de Pernambuco.
A história da Banda D. Gritos é forte, intensa e marcante tanto no contexto musical, com composições extremamente politizadas de Camilo Melo e Ricardo Rocha - eles cantavam em alto bom tom: “Deixe o trem passar. Não arranquem os trilhos”. Como forma de expressar a vontade em conseguir o almejado reconhecimento ou talvez denunciar apenas, já que o clima ainda era o de repressão – como pela proposta de rock sertanejo que o grupo se arvorava.
Em recente entrevista a TV Asa Branca, Camilo Melo, conta que o projetos deles de fazer rock sertanejo começou em casa.
(1) A banda liderada por Camilo Melo, Ricardo Rocha, Jorge Stanley e que contou com a participação de outros integrantes como Cleóbulo Ignácio (Binga), Jário Ferreira, Doda, Toinho Harmonia, Paulo Rastafári, Nilsinho, Gisleno Sá, César Rasec, Noroba, Derivan Calado e Elton Mourato, construiu em oito anos de existência um legado musical e uma história para nunca mais ser esquecida.
Os garotos com vocação, mas sem conhecimento musical, foram influenciados por músicos veteranos que em meados da década de 80 juntavam-se em rodas de violão na Praça Sérgio Magalhães ou na Concha Acústica para cantar e tocar. Fazia-se comum a presença de Dema, João Grudi e Zé Orlando. Ainda moleques, Camilo Melo e Ricardo Rocha já participavam desse movimento.
Tempo depois Camilo compôs a música “Escravo de Ninguém (Porra)” (a música foi composta em 1985 no inicio da banda) , e começaram, ele e Ricardo Rocha, a tocar em festas de aniversários e em apresentações nas escolas. Essas apresentações rederam a dupla o apoio e a presença de amigos e admiradores que já começavam a cantar as músicas do repertório. Outro integrante da banda, Jorge Stanley, estudou muito, mais de 6 horas diárias tocando e sempre ouvindo som produzido pelo baterista Neil Peart, da banda Rush. Logo ele já estava tocando em pé, de costas e também cantando, além dessas vertentes artísticas, ele foi peça fundamental em vários arranjos da Banda.
A Banda D.Gritos foi muito influenciada por grupos nacionais como os Paralamas do Sucesso, Titãs, RPM, Biquíni Cavadão, e em nível internacional por bandas como: Pink Floid e Smith, e regionalmente por Alceu Valença, Zé Ramalho, Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, mais a grande referência foi a maior banda de Rock de todos os tempos, os The Beatles.
Mesmo com todas essas referências, o trabalho do D. Gritos é único, ele é singular, pois não existe nenhuma semelhança musical com qualquer outra banda ou cantor. A maioria das músicas são composições de Camilo e outras e parceria com Ricardo, mas há também músicas solos inéditas de Ricardo e também em algumas em parceria com Jorge Stanley.

 Jorge Stanley, Camilo Melo, Ricardo Rocha, Toinho Harmonia e Paulo Rastafári

Entre as músicas gravadas como: “Escravos de Ninguém (Porra)”, “Barriga de Rei”, “Grilos”, “Quando Será Minha Vez”, “Medo da Verdade” possuem um forte conteúdo político e social. Já “Loucos (Mayra)”, “Eu Sei”, “Romance Entre Abelhas” e “Coisas de Palhaços” são reflexos dos conflitos sentimentais e amorosos dos integrantes do grupo, uma pequena amostra da versatilidade e criatividade dos músicos.
Há duas músicas em especial que mostram o potencial de Camilo e Ricardo em reproduzir o sentimento momentâneo e a transcrição de um projeto de vida. São elas: “Fogão de Lenha” e “Navegantes”. “Fogão de Lenha” foi uma resposta a uma pergunta preconceituosa, e de certa forma racistas, feita por um repórter do Diário de Pernambuco aos roqueiros pajeuzeiros e a outra “Navegante”, um resumo dos desafios, das dúvidas, das certezas e incertezas, dos sonhos e das batalhas vividas ao longo de oito anos de existência da banda.
A última música que compuseram juntos, Camilo Melo e Ricardo Rocha “Homem Pó”, para nós, Serra-talhadense foi entendida como um prenúncio da fatalidade que viria a marcar a história da banda com a morte do vocalista Ricardo Rocha
(2) A trajetória de sucesso dos garotos foi interrompida de forma trágica na madrugada do dia 30 de setembro de 1993, quando realizavam o show na Praça Sergio Magalhães, na abertura da Festa de Setembro, em Serra Talhada, de forma inesperada Ricardo Rocha falece com apenas vinte e três anos.
Com a morte de Ricardo chegou ao fim o D.Gritos. O fim de um sonho de jovens sertanejos. Porém, o repertório musical da banda venceu o tempo, e uma prova disso é que elas continuam sendo executadas diariamente em rádios de todo o interior nordestino.
Em 2010 a Prefeitura Municipal e a Fundação Casa da Cultura promoveram um Tributo a Banda D.Gritos, pela primeira vez em mais de dezessete anos. Ex-integrantes do grupo Camilo Melo, Jorge Stanley, Gisleno Sá, Cesar Rasec e Nilsinho voltaram ao palco e a som de “Escravos de Ninguem (Porra)” fizeram uma viagem no tempo. O destino de forma irônica colocou todos juntos no mesmo local onde ocorreu a tragédia com Ricardo Rocha. O reencontro histórico da banda D.Gritos só veio a comprovar que “eles mudaram a dimensão daquilo que restou”, e que o “eco gritado de uma voz” continua navegando pelo tempo, como se fosse uma eterna melodia!
            Foi um momento especial “da lembrança de um lírio que brilhou”         - Ricardo Rocha que Deus ilumine teus caminhos nessa outra dimensão a que chegaste prematuramente.

Notas de rodapé:
(1) A Banda D.Gritos teve 4 formações, a 1ª foi formada Camilo Melo, Ricardo Rocha, Gleobálo Ignácio (Binga), Toinho Harmonia, Jário Ferreira, Edésio e Doda( entre 1985 e 1987) eles tinham entre 15 e 17 anos.
A 2ª. Camilo Melo, Ricardo Rocha, Paulo Rastafári, Jorge Stanley, Noroba e Toinho Harmonia (1987 e 1889).
A 3ª. Camilo Melo, Ricardo Rocha, Jorge Stanley e Girleno Sá (1990 a 1991).
A 4ª. Ricardo Rocha, Jorge Stanley, Girleno Sá, Cesar Rasec, Elton Mourato e Deriva Calado (1991 a 1993). Em vários shows e nas gravações dos discos Nilsinho participou tocando instrumentos de percussão, por isso ele considerados pelos colegas com um ex-D.Gritos.

(2) Ricardo recebeu o choque no palco durante a apresentação da banda, o show foi interrompendo, foram feitos os primeiros socorros no local e depois ele foi removidos para o Pronto Socorro São José onde deu entrada já sem vida. Foram feitos todos os procedimentos na tentativa de reanimá-lo, porém não surtiu efeito. Na certidão de óbito de Ricardo Rocha, assinado por Dr. Babosa Neto, o médico que o atendeu, consta que a causa da morte foi uma parada cardiorrespiratória provocada por uma descarga elétrica. Na época foram feitos alguns reparos no palco e não foi aberto inquérito e nem foi divulgado um laudo pericial. Ele deixou esposa: Célia Rocha e dois filhos: Jéssica Rocha e Juliano Richard.

Como vivem alguns ex-intregrantes da banda hoje:
Camilo Melo, mora em Serra Talhada, continua no ramo artístico. Atualmente é produtor musical de sucesso, além de continuar compondo. A Banda Vizzú e Banda Gatinha Manhosa gravaram composiçoes suas. Também foi premiado no último Festival de Cinema em Triunfo. Jorge Stanley foi por dez anos backvocal da banda Limão Com Mel e por cinco da Gatinha Manhosa, hoje e dono de uma produtora de eventos e reside na cidade Salgueiro.
Gisleno Sá trabalho em algumas peças teatrais na cidade e atualmente é um empresário bem sucedido no ramo de películas para automoveis e vidraças. César Rasec passou por várias bandas nas quais sempre foi elogiado, isso fez dele um dos maiores guitarristas do Nordeste. Reside em Serra Talhada. Paulo Rastafari, fez suscesso em várias bandas de forro atualmente mora em Juazeira do Norte -CE. Toinho Harmonia residente em São Paulo a mais de quinze anos. Nilsinho continua em Serra Talhada, participa de alguns shows e de gravações de cd’s de artistas da terra. Elton Mourato trabalho por mais dez na banda do cantor Assisão e atuamente é motoritas de uma empresa de materila de construçõa, Derivam Calado mora em São José do Egito e particcipa de uma banda de rock da cidade e Doda mora no Rio de Janeiro.

*Paulo César é professor de História e especialista em História Geral, bacharelando do curso de Direito na FIS e aluno especial do mestrado em História na UFCG (Capina Grande – PB).

*Helena Conserva é professora e jornalista - aluna especial do Mestrado em Desenho, Interatividade e Cultura da Universidade Estadual de Feira de Santana – Bahia


Navegantes
 (Camilo Melo/Ricardo Rocha)

Nós mudamos a dimensão daquilo que restou
Da lembrança de um lírio que brilhou
Pra dar ao verde o verde que se acabou
E pelo homem que foi e não voltou
E por nós mesmos, quando ninguém chorou.
E o eco gritado de uma voz
A razão torturada por todos nós
Aqui a esperar.

Se navegamos tanto sem parar
Não é motivo pra desistir
Ficar aqui e não lutar
Se nós lutamos tanto sem ganhar
Não é motivo pra desistir
Esse é um jogo que não pode parar.

E nós chegamos a desvendar todo o mistério
De uma batalha que ninguém vai ganhar
E de uma árvore que nunca vão derrubar.
E se o negro das idéias nos caçar
Nos desculpem mas não vamos nos calar.
E o eco gritado de uma voz
A razão torturada por todos nós
Aqui a esperar.

Se navegamos tanto sem parar
Não é motivo pra desistir
Ficar aqui e não lutar
Se nós lutamos tanto sem ganhar
Não é motivo pra desistir
Esse é um jogo que não pode parar.

Homem Pó
(Camilo Melo/Ricardo Rocha)

Sentado estava o homem
Pensando e observando ao seu redor
Viu que havia medo
E as pessoas e seus segredos
Não estavam sós.
E procurava...
Mesmo com as armadilhas sob o pó.

Pó que cobre a terra
Terra que engole homens
Homens que se matam sem dó.
Vidas que nasciam
Vidas que morriam
Vidas que apenas se escondiam.

Veja seus filhos
Que criarão os seus filhos
Filhos de um homem que morre
Veja seus netos
Que criarão os seus netos
Netos de um homem que morre.

Em pé ficou o homem
Lembrou que há vários dias estava ali
Lembrou de seus três filhos em casa esperando
Pelo pai, homem sentado, que morre.

Correu desesperado
Não sabia onde morava
O nome de seus três filhos esqueceu.
E quase maluco
Em seus últimos minutos
Olhou pra terra e viu que era pó.
Veja seus filhos
Veja seus netos.


ATIVIDADE DE DIREITO CIVIL - SUCESSÃO

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