Graças ao clima de pânico provocado pela polarização política (os
integralistas tentam um putsch algum tempo depois, em 1938), Getúlio Vargas articula uma situação que lhe permite
decretar um golpe de estado dois meses antes da
eleição presidencial marcada para janeiro de 1938. Em 10 de novembro de 1937, Getúlio Vargas anuncia o Estado Novo.
A justificativa primária do golpe é a existência de um plano comunista para
a tomada do poder, "apoiado por Moscou" - é o chamado Plano Cohen. Posteriormente descobriu-se que
o plano foi uma armação dos agentes de Getúlio Vargas. O apoio militar e o
apoio da classe média garante o sucesso do golpe, pois há algum tempo cresciam
os temores de que o comunismo poderia promover uma revolução no Brasil.
Getúlio Vargas consegue prolongar seus anos de presidência até 1945. É emblemático notar que uma das figuras mais conhecidas
de seu governo foi o chefe de polícia Filinto Muller. A censura oprime a expressão artística e científica: em 1939 é criado o DIP, Departamento de Imprensa e Propaganda. Além da censura, o DIP atuava na
propaganda pró-Vargas e contrária à República Velha, fazendo com que a
imagem do presidente fosse exaltada ao extremo.
Cartaz do governo do Estado Novo (1935):
"(…) O Brasil está de pé, vigilante e disposto a tudo empenhado na
conquista de seu destino imortal!".
Por essas características é que, iniciada a Segunda
Guerra Mundial, não se sabia se Getúlio Vargas apoiaria o Eixo (com quem parecia ter
mais afinidade) ou os Aliados. Os EUA tinham planos
para invadir o nordeste, caso o governo Vargas
insistisse em manter o Brasil neutro. O clima de tensão culminara na
adesão aos países aliados em 1942, após ataques alemães em navios
mercantes brasileiros que resultaram na morte de dezenas de pessoas. A barganha
getulista obtivera vantagens econômicas e militares: instituiu-se um acordo
econômico com os Estados Unidos que possibilitara a
implantação da Companhia
Siderúrgica Nacional (CSN). Além disso, outro acordo possibilitara o
reaparelhamento das forças armadas brasileiras.
Além da CSN, houve outras importantes conquistas feitas pelo Estado Novo
tais como: o Ministério
da Aeronáutica, a Força
Aérea Brasileira, o Conselho
Nacional do Petróleo, o Departamento Administrativo do Serviço Público, a Companhia Siderúrgica
Nacional, a Companhia
Nacional de Álcalis, a Companhia
Vale do Rio Doce, o Instituto
de Resseguros do Brasil, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco, a estrada Rio-Bahia, o Código Penal, o Código de Processo Penal Brasileiro e a Consolidação
das Leis do Trabalho, a Justiça do
Trabalho, o salário mínimo e a estabilidade no
emprego do trabalhador, após de dez anos no emprego.
A pressão popular pela criação de uma força expedicionária torna-se
concreta, mesmo contra a vontade de Vargas, que afirmara que o envio de tropas
brasileira ocorreria quando "a cobra fumar". Posteriormente,
percebendo a crescente pressão interna (camadas médias urbanas) e externa (os
Estados Unidos temiam uma possível desestabilização de poder no Brasil, não
desejosa em tempos de guerra), Vargas cedeu, criando a Força
Expedicionária Brasileira (FEB); cujo lema fora "A Cobra Vai Fumar".
A compensação à ajuda financeira deu-se de forma logística e material:
garantiu-se o suprimento de matérias-primas aos aliados (2º ciclo da borracha), e permitiu-se a
instalação de uma base militar na região Nordeste (Rio Grande do Norte),
garantido o domínio logístico e militar dos aliados sobre o atlântico sul.
Ao término da guerra, fazia pouco sentido que Getúlio Vargas continuasse no
poder. O fascismo fora derrotado, e os brasileiros
notaram isso. Getúlio Vargas é forçado a renunciar em 29 de outubro de 1945 pelas forças armadas, seguindo para seu estado natal, o Rio Grande do Sul, e elegendo-se senador
da república.
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