Há vários estados da Antiguidade
clássica que, pelos parâmetros atuais, podemos considerar repúblicas, como é
o caso das cidades-estados de Grécia Antiga, como Atenas e Esparta, bem como da própria República Romana. No entanto, a estrutura
e o modo de governo desses estados eram consideravelmente diferentes dos que
iríamos encontrar bem mais tarde, na Idade Moderna. Há, inclusive, uma controvérsia
entre os estudiosos da matéria sobre se há ou não um continuum histórico
entre as repúblicas clássica, medieval e moderna. Por um lado, o historiador J.G.A. Pocock, que tem
desempenhado um papel central neste debate, argumenta que há uma tradição
republicana própria que se estende do mundo clássico até ao presente.Paul Rahe, pelo contrário,
argumenta que as repúblicas clássicas tinham uma forma de governo com poucas
semelhanças com a de qualquer república moderna.
Seja como for, parece inegável que a filosofia
política das repúblicas clássicas teve uma influência central no pensamento
republicano ao longo dos séculos seguintes. Uma série de escritores clássicos
discutiram formas de governo alternativas à monarquia em obras que filósofos e
políticos posteriores — como Maquiavel, Montesquieu, Adams e Madison — acabaram por considerar
fundacionais sobre a natureza das repúblicas.
A Política de Aristóteles discutia várias formas de
governo. Uma delas, a politeia, uma forma de governo
híbrida, foi considerada por Aristóteles como a forma ideal de governo. Políbio
expandiu muitos desses princípios, mais uma vez desenvolvendo a ideia de
governo misto. A mais importante obra romana nesta tradição é De re publica de Cícero.
Com o tempo, as repúblicas clássicas foram conquistadas por impérios ou
tornaram-se, elas próprias, impérios. A maioria das repúblicas gregas foi
anexada ao Império
Macedónio de Alexandre, o
Grande.
A república romana expandiu-se, anexando sucessivamente outros estados do Mediterrâneo, alguns deles repúblicas, como Cartago. A república romana acabou, ela própria, por se
transformar no Império Romano.
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